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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Duelo das Flores

Brincar de fazer versos
Não é o mesmo que poetizar,
Porque os sentimentos em mim imersos
Pedem mais que apenas rimar.


Eu posso ser boa com dizeres,
Mas diante da emoção eu me calo.
E sei que não há onde caberes
Tu, dentre outros, como um talo

De simples flores que me sustentam
E vão colorindo meu parecer,
Cheias de graça, querem e tentam
Mostrar ao mundo o que é viver.

Porque tu és tão rica flor,
Tão sábia, tão graciosa.
És o jardim já florescido,
Enquanto eu, o broto da rosa.

Como então poderia falar
Sobre quem, que por acaso encontrei,
Se é esse alguém que, ao notar,
Me deu o mar que eu mesma criei?

Deixando de ser a pequena pétala,
Que de tão pequena não se movia,
Por Deus, Odin, Zeus ou Allah,
Vi que tu és meu Anjo-Guia.

E de que valem as flores que brotam no chão
E não sentem a leveza de um oceano raso,
Se onde brotam não cabe um irmão
Que lhe mostre o futuro além do ocaso?

E se me permitires e entenderes o canto
Peço que tome isso como um agradecimento,
Pois quando o mesmo mar me afogava em pranto
Foi tu transformar-se em vento.

Capaz de abrandar todos sonhos maus
E fazer da tristeza algo tão belo;
Soprar com fulgor, navegar entre naus
E sussurrar em meu ouvido o querer de um duelo.

Não aquele em que um se afama
E o outro morto se acaba.
Mas aquele onde uma chama
Acende a outra que se apaga.

Querida flor, de nome Ana,
Tu és alguém que conheci
Talvez mais do que conheço eu mesma
E talvez mais do que tu conhece de ti.

Querida flor, de nome Ana,
Amiga dos bons e maus momentos,
Precisaria de uma resma
Só pra lhe dar meus cumprimentos.

Samanta Geraldini

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