Nem sempre o que está sendo refletido em nossos olhos é a realidade. Quase nada do que vemos se mostra em sua verdadeira forma. As aparências são nosso refúgio e nosso castigo. Tudo o que somos torna-se inútil. E a ilusão que criamos nunca será suplantada.
Vivemos em uma era em que o exterior vale muito mais que o interior. Pessoas "podres" por dentro encantam multidões com um rostinho bonito, enquanto aquelas de bom coração são ignoradas, simplesmente por parecerem simples demais e não condizerem com os padrões criados e que, infelizmente, muitos sustentam.
Vemos as rivalidades que nasceram séculos atrás e que ainda perduram presas às memórias da civilização herdeira. Colados à elas, está o preconceito imundo contra ideologias diferentes, imaculadas muitas vezes por imagens errôneas, criadas por um alguém qualquer.
Mas, o mais importante: dentro dessa carcaça que às vezes é admirada, às vezes linchada e às vezes simplesmente ignorada, existem sentimentos, fraquezas, pensamentos, muitos acertos e muitas falhas. Só que poucos conseguem enxergar, mesmo sendo humanos, assim como todos os outros. E o que veem sabe se moldar tão bem. Se camuflando e ocultando tudo o que há por trás.
Inconscientemente aderimos essa defesa. Ver o mundo de uma forma subjetiva, um pouco já feita e muito controlada, nos dá segurança, nos faz acreditar somente naquilo que queremos. É o resguardo que encontramos para os problemas grandes, aliás, grandes o bastante para que não possamos enfrentá-los. Entretanto, é assim que nos tornamos fracos.
Tudo se esconde por trás de imagens. Nossos valores, nossos conceitos, nossos objetivos e, por fim, nossas vidas. Mesmo que de olhos abertos estamos cegos, e quando conseguimos avistar algo, são apenas resquícios, muito distantes de nossa realidade e muito próximos de nossa utopia.
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