Apresentação

Para quem curte poemas, contos, lendas e histórias, aprecia uma boa música e é apaixonado por arte, aqui é um ótimo lugar para encontrar tudo isso de uma única vez. Seja bem-vindo!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Minhas Amarras

Tenho segredos de vidas passadas -
Palavras que ouço, mas nunca foram faladas -
Escondidos na mente e no coração,
Protegidos por folhas e um fino cordão.

Essa corda laceia, mas às vezes afrouxa
E quando isso acontece deixa algo à mostra;
Por outro lado as folham nunca saem do lugar,
Mas vão se desgastando, até secar.

Mesmo assim não consigo
Dizer certamente quem sou
Nem tudo aquilo que você observou

Pois segredos são como um castigo
Que você paga com culpa e dor
E só são revelados quando perdem o valor.

Samanta Geraldini

Três Amores

É como na história da pobre Tereza
Que se viu cercada por três corações
Um deles ensinava, o outro ouvia,
E um terceiro despertava profundas emoções.

Ela amava todos, nem mais, nem menos
E aceitaria a ajuda dos três sem cogitar
Não se importava que cada um você de um jeito
Pois entendia-os perfeitamente só pelo olhar.

Mas sua alma pequena estava confusa
Para ela o amor era só um.
Se em seu pensamento ela amava todos,
Será que na verdade não amava nenhum?

Intrigada, confusa, ela começou a perguntar
Escolheu quem confiava pra contar seus segredos
Jurou por tudo e todos que iria encontrar
A resposta certa, a solução dos seus medos.

Ela buscou, explorou o sentimento,
A cada momento se sentia pior.
Sempre que caminhava para um dos lados,
O que havia em seu peito ficava maior.

Até que um dia, muito tempo depois
Ela tropeçou em seu coração e caiu.
Ali ficou na espera de ajuda
E foi assim que sua dúvida finalmente ruiu.

A ela chegou prontamente o primeiro
Lhe estendeu a mão, fez de um só dois espaços
Pediu com firmeza, porém com ternura
Que ela o deixasse carregá-la nos braços.

Ela quis, mas não aceitou,
Precisava, sozinha, manter-se de pé
Aquela ajuda não mais lhe servia
Só o que restava era um voto de fé.

Com saudade ele foi, deu lugar ao segundo
Que afoito e sem jeito sentou ao seu lado
Perguntou como estava, ofereceu carinho
Mas não tinha o direito de carregar o seu fardo.

Tereza agradeceu, sorriu e falou
Com toda a liberdade que ele soube dar
Que aquele gesto tão acolhedor
Era o mais puro e belo que ela podia esperar.

Na mesma hora ele soube o que fazer.
Levantou-se e deixou o terceiro chegar,
Foi parar ao lado do que viera antes
E juntos ficaram a apreciar.

O terceiro veio calado, sem saber como agir,
Olhou para ela, mas desviou o olhar.
Porém seu sorriso não camuflava o que sentia
E ele tomou coragem para a levantar.

Tocou em sua mãos, estavam frias;
Segurou com amor até aquecer;
Esperou que ela desse o primeiro impulso
E pediu a Deus pra nunca mais esquecer

O momento em que seus olhos enfim se encontraram
E o gelo das mãos simplesmente fervia,
Reviver esse instante por toda eternidade
Era o que ela precisava, era o que ele queria.

Samanta Geraldini

O Roubador

Ouvi dizer que roubador é pior que ladrão
Ele furta o que é seu por pura paixão
E não é julgado, porque seu crime não é real
Só o que ele faz é sugar sua vida, por bem ou por mal.

Mas e seu eu disser que sou roubadora de ideias?
Não é profissão, não é pro meu bem e nem peço plateias
Eu só não consigo deixar de usurpar
O que você pensa e não hesita em falar.

Parece maluco, mas não precisa temer
Mesmo que eu lhe roube, você ainda vai ter
Aquilo que peguei sem pedir permissão
E você só se deu conta depois dessa confissão.

Porque eu roubo tuas palavras
E depois semeio em minhas lavras,
Faço delas algo totalmente novo
Para depois colher e derramar sobre o povo.

Como se tudo aquilo viesse de mim
Ele se surpreende num doce festim.
Só peço que entenda, meu anjo de luz
Que essa é minha forma de carregar tua cruz.
Samanta Geraldini

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Horizonte Vertical

Sinto falta de um sorriso
Alegre como eram os teus
Uns até me comoviam e
Dos meus olhos quase arrancavam lágrimas, oh Deus!
Ai que saudade que eu tenho
Do seu jeito tão falante
Era eu que sempre te ouvia
Sentindo-me bem, viva e inteira a cada instante.

Despedi-me já faz tempo;
Esquecer, talvez jamais.

Queria poder
Um dia assim
Entre qualquer outro
Mover o relógio ao revés.

Nada!
Uma ilusão do meu ser.
Não é fácil pra mim
Como é para um louco
A meter as mãos pelos pés.

Mandei as esperanças ao vento
E agora tanto faz.

Pergunto somente
Enquanto, muda, sigo em frente,
Risonha, porém
Tristonha;
Em eterno silêncio,
No meu desespero insano...
Como seria se
Eu tivesse coragem de
Um dia dizer que te amo?
Samanta Geraldini

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Desafie-me!

Ousadia é o que eu espero,
Aquela história de brincar com fogo.
É só com vontade e muito esmero
Que se começa a entrar no jogo.

Então é só saber jogar,
Ser persistente, entender a manha;
Caso perder, continuar a tentar
E ir aprendendo como se ganha.

Pode ser difícil, mas é tentador,
E na balança um pesa mais.
Quando se escolhe ser jogador
Não importa se é lento,
Não importa o talento,
Não importa a distância,
Nem mesmo a importância,
Você simplesmente vai lá e faz.

Samanta Geraldini

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Para todo o sempre!

Entre os anos 70 e 80 o Heavy Metal estava no auge, mostrando também os primeiros indícios do Hard Rock, que veio a se tornar uma crescente grande nos anos 90. Muitas nomes surgiam no mercado da música, bandas como Aerosmith, Van Halen, Led Zeppelin, Twisted Sister, Kiss, Scorpions. Mas, o que pretendo enfocar aqui, é uma banda que ganhou meu coração com seu romantismo e sua competência em questões de qualidade e estilo. Estou falando do Whitesnake.

A banda criada em 1978 por David Coverdale, ex vocalista de outro excelente nome dos anos 70, Deep Purple, trilhou um caminho lindo e fez jus à fama que recebeu, sempre com aquela pegada de Heavy Metal misturada com Blues tão gostosa das bandas clássicas. A formação, feita e refeita ao longo dos anos, nunca foi um empecilho para o bom trabalho de grandes músicos, mas não posso, de maneira alguma, desmerecer o trabalho de uma das minhas maiores inspirações que, um dia, passou por essa banda: Steve Vai. E é em homenagem a ele a primeira música que indico. (E o youtube não ajudou dessa vez, queria postar o clipe, mas vai sem ele mesmo...)

 
The Deeper The Love (1889) - Slip of the Tongue


E novamente digo, antes que me acusem por colocar qualquer uma das músicas mais conhecidas da banda. Meu intuito, desde o início, foi postar uma única música, uma que não sei porquê me agrada tanto que fico ouvindo repetidas vezes sem enjoar. Obra prima do último álbum de estúdio do grupo, lançado em 2011, e de mesmo nome, "Forevermore" fecha a dica de hoje. Mas, antes dela, um pequeno aviso: pra quem conhece apenas as baladas mais famosas da banda, sugiro que se disponham a ir atrás de outras faixas dos tantos discos produzidos, é quase certo que isso só vai aumentar o prestígio dos Snakes.

 Forevermore - Live in Japan (2011)

Contraditado

Sou poeta sem verso,
Sem rima, sem calma;
Meu poema é sincero
Me alivia a alma.

Só quero poder
Contar minha dor
Sem regras tão vis
Que perdem sabor.

E então as sílabas morrem
Quando eu as deixo de lado,
Meu coração se intromete
E não as quero contar.

Minhas palavras não correm
Em um discurso cantado
Que a cada verso repete,
Mas nunca prova te amar. 
 
Álvaro Ribeiro