Apresentação

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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Calejados

Seus calos já nem doem tanto
E ela sente vergonha da ferida que eles deixaram
Para tocá-los ela sopra em canto
Permitindo que o vento enxergue o que os outros não enxergaram

Ela é a mais viva dentre eles
Com calos invisíveis e um sorriso contente
Enquanto seus amigos, com os calos deles
Lamentam a dor no corpo e também na mente

Alguns têm calos nas mãos
De tanto trabalhar
Ou de tanto escrever

Outros têm calos nos pés
De tanto caminhar
Ou por precisar correr

Mas nenhum deles sofre disso
Causa e sintoma são o cansaço
E a distância entre a dor e a cura
É demarcada por apenas um traço

Só que ela tem o compromisso
De recuperar a vontade e a emoção
Pois nesses dias que o calo aperta com bravura
Ela sente anestesiar seu coração

Samanta Geraldini

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