Apresentação

Para quem curte poemas, contos, lendas e histórias, aprecia uma boa música e é apaixonado por arte, aqui é um ótimo lugar para encontrar tudo isso de uma única vez. Seja bem-vindo!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Capítulo 10 - 05.06.2014

      Parando um pouco de escrever para olhar melhor ao redor e apreciar o local onde fiz minha pausa, cheguei a conclusão de que estou em um dos lugares mais belos que posso imaginar. Esteticamente não há tanto o que citar, mas a sensação que esse "paraíso" me transmite é maravilhosa.
      Ainda que saturada de vozes e outros "eus" que vêm andando comigo como se fossem minha bagagem, me sinto leve, e ouso dizer que o sol brilha inteiramente, em quem andava a minha frente gritando seu decoroso "Abram Alas!". Ah, e como ele brilha, ele fez tão bem a sua parte. Agora estamos aqui sentados sobre nossos sonhos e desejos que em muitos momentos imaginei e supliquei para que fossem iguais. Ele andou tanto quanto eu, merece também o descanso que eu providenciei para mim. Até mais, pelo menos na minha concepção de que os atos dos outros sempre são mais magnânimos que os meus, e que estarmos lado a lado é somente um prêmio meu. Uma estranha e gostosa história em que um faz a prova e que o outro recebe o prêmio, mas nenhum se sente prejudicado.
      Eu até poderia valer-me dessa disposição imensa que me controla e transcrever lindas e puras emoções, poética como gosto de ser e de poder ver serem comigo, porém deixarei essa oportunidade para mais adiante, momento em que, presumo, estarei ainda mais enfeitiçada pelo que talvez pensem ser meu próprio feitiço, mas não é. Decidi que essa será a última observação devanêica realizada antes de andar mais um pouco. Será uma grande mistura de temas, mas que acabarão se colidindo e provando que não são tão heterogêneas assim.
      Sonhos, regras, curiosidade, coragem e descobertas. Essa é a linha de raciocínio que seguirei, desde já avisando que não será concluída, nem mesmo chegará à metade. É somente uma breve apresentação que, por sinal, deixarei por conta de alguns personagens loucos para atuar e que finalmente terão sua chance no palco. E pra felicidade deles, digo mais, terão muitas outras oportunidades daqui por diante, pois acho que cheguei num ponto em que sozinha será difícil monologar. Sim, muitas vozes, um monólogo. Faça um esforço para ver sentido nisso, e, se ainda assim não o ver, finja!
      Voltarei lá no comecinho, serei protagonista ainda, mas dividirei meu espaço. A hora do espetáculo chegou!

 Jed (narrador)
       Era [uma vez] uma pedra, que um dia se encheu de água. A água "cresceu", aprendeu a "falar", e toda vez que lembra disso, de quem fez isso, ensinou isso, é consumida por uma desmedida necessidade de agradecer, mas além de tudo aproveitar esse dom que lhe foi dado. No entanto, mesmo depois de grande, essa água não é totalmente livre e preparada para tudo. Cheia de restrições, ela vive num pequeno mundo cheio de regras e limitações; ela é tímida e lotada de manias que acabam lhe dando um certo charme, ou então muitos problemas.
      Não custa dizer, todavia, que de uns tempos pra cá ela percebeu nascer dentro de si uma grande curiosidade, e por mais tímida que seja, ela foi lembrando do que aprendeu e se esforçou a tomar decisões distantes de seu porto seguro.
      Fez tão bem que conseguiu escapar do seu castelo pedregoso e viu o mundo lá fora. Nossa, como aquilo foi importante, foi o último incentivo que ela precisava.
      Agora, sempre que pode, ela passa pela fenda iluminada que existe na rocha que habita. Muito bem equipada, ela só se dá o luxo de alguns passos e poucos minutos, mas é uma grande evolução. Lá fora, ela conversa com uma das suas primeiras amigas, Serena, uma miúda criatura que fala pouco, mas quando fala... ah, ela tem o poder de mudar o mundo. Estão conversando agora:

Branca: - Diga-me, Serena, você concorda que somos nós quem escolhemos e fazemos nossa família? Gostaria infinitamente de pedir para chamá-la de irmã, contar meus segredos, pedir ajuda...

      Levanto-me agora, seguirei andando. Preciso ir em busca de uma boa forma de dar vazão à imaginação. Não sou daquelas que escreve a própria história em um dia.

 

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