Apresentação

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terça-feira, 8 de abril de 2014

Capítulo 2 - 07.04.2014

Toc-toc...
- Quem é?
- Não, essa pergunta não tem resposta. Você deve fazer outra, ok?!
- Ah, é verdade. Onde bate?
- Estou batendo numa caixinha vermelha. Você não deveria saber?
- Tanto quanto isso deveria ser um monólogo.
- Mas isso é um monólogo, nós somos o mesmo...
- Claro que não! Mal sei quem você é. Está dentro de mim, não quer dizer que seja eu, contudo.
- Vou fingir que acredito (risos). Mas, afinal, como não sabe onde estou batendo?
- Geralmente, quando nos solidificamos, perdemos a sensibilidade para distinguir onde nos tocam.
- Isso não é nada bom! Bem, como disse, estou batendo numa caixinha vermelha. Vai abrir e me deixar entrar ou ficar espiando pelo olho mágico?
- Na verdade, só não sei o caminho até a porta.
- Estou começando a me preocupar. Já parou para pensar no que você realmente sabe?
- Sim e não.
- O quê?
- Sim, já parei para pensar; e não, não sei nada realmente.
- Não sei como podemos ser a mesma pessoa. Somos opostos, completamente opostos! Você não pode me ver, mas eu sou incontestável, certo, decidido, presente... digamos que sou como o vento. E você, o que é? Posso te tocar, mas você não consegue distinguir onde; estou te vendo, mas não consigo dizer como é - a não ser por metáforas: caixinha vermelha, uma pedra e blá, blá, blá... - pfft! Suas palavras perdem o sentido, por mais bem articuladas que sejam. Diz-me ser algo sólido, mas, definitivamente, creio que está desabando.
- Não somos a mesma pessoa, já disse!
- Mas habitamos o mesmo lugar, dá na mesma.
- Vocês dois, podem parar de discutir, por favor?
- Ora, vejam só, chegou o senhor da razão.
- Não sou o senhor da razão. Eu sou a razão! (silêncio)
Toc-toc...
- Está me ouvindo? Hã? Assuma, você sabe onde estou batendo. (silêncio novamente). Vai ficar quieta, é isso mesmo? Está vendo o que fez, senhora razão?
- Pelo menos alguém atendeu meu pedido.
- Sabe que também somos a mesma pessoa, né?
- Não, não somos...
Ungh! Snif!
- Hey, ouça!
- Não ouço nada. Pelo menos vejo uma porta abrindo. Até mais...
-Shhh! Não está entendendo.
Snif! (longo silêncio) - Eu só queria ficar quieta. São muitas vozes, não consigo entendê-las.
- Pobre criança... Hey, hey, não atravesse essa porta!
- Por quê? O que estou fazendo de errado agora?
- Não percebeu ainda?
- Não, eu acho. Poderia me explicar?
- Está batendo em si mesmo...
Toc-tum...
- Essa é a saída, não a entrada...
Tum...
- Tem certeza que quer sair?
Snif!
- Você está louca! (anda até a porta)
- Ahhhh! (a porta fecha, ninguém sai) Deixem-me em paz!
- Ficará em paz, criança. Me chame, porém, quando precisar de mim. (a razão silencia, e vai embora)
Tum-tum... tum-tum... tum-tum...
 

2 comentários:

  1. Me perdi um pouco mas depois me achei. HUEHEUHEUE
    Ficou muito bom ^^

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    Respostas
    1. Que bom que gostou! É um pouco confuso mesmo, mas no final fica mais esclarecido xD

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